EXTRA! EXTRA! CARRASCO VIRA CARRASCO CONTRA O POLITICAMENTE CORRETO!
Walcyr Carrasco declarou guerra ao
politicamente correto e está assustando muita gente. Tudo porque a sua
novela, ‘Amor à Vida’, virou alvo polêmica e debates nas redes sociais. O
motivo? Preconceito. A polêmica mais recente envolvendo a trama se deu
após o autor decidir mudar o visual de Jayminho (Kaiky Gonzaga), menino
adotado por Niko (Thiago Fragoso).
“Tenho ouvido críticas pesadas ao
cabelo dele. Quero um personagem bem aceito”, disse ele sobre o
personagem negro e adepto do estilo black power. Irritado com as
críticas no Twitter, Carrasco ameaçou tirar a criança da novela.
O fato é que desde o início ‘Amor à
Vida’ foi acusada de racismo pela ausência de personagens negros em seu
elenco. Para resolver a questão, na época, Carrasco tratou de sair em
busca de uma personagem negra para a novela. A atriz Ana Carbatti foi
escalada para viver a doutora Verônica no folhetim, papel que não
existia na sinopse original.
A emissora chegou a declarar em nota oficial que não divide elenco pela cor de pele e que a escalação das novelas se dá por compatibilidade artística com a personagem e a história. Entretanto, muita gente não ficou convencida.
Para tentar amenizar ainda mais a
situação, o casal gay do folhetim, Eron (Marcello Antony) e Niko, adotou
a criança negra. A chegada de Jayminho promete piorar o clima na casa
da família. A discriminação começa por Amarilys (Danielle Winits), que
implicará o tempo todo com o menino e não deixará que ele fique muito
perto do bebê Fabrício, seu filho biológico.
A personagem, aliás, já
vomitou diversas vezes discursos controversos e deixou muitos
telespectadores homofóbicos satisfeitos ao afirmar que dois homens não
podem ser felizes juntos e que a heterossexualidade é um estilo de vida
mais “confortável” para se viver.
Obesidade e chacota Mas a polêmica com minorias discriminadas não para por aí. Outro exemplo
emblemático é o desenvolvimento da personagem Perséfone (Fabiana
Karla): ela participou de cenas fortes de discriminação por ser obesa,
com o elenco reproduzindo piadas sobre gordos e sem levantar uma
reflexão séria sobre a doença.
A enfermeira não segue os padrões de
beleza impostos pela sociedade, foi desprezada por vários homens e
passou por situações constrangedoras por conta da aparência.
A abordagem da obesidade na novela é
considerada por muitos ativistas “exageradamente pesada” e acabou
virando motivo de protestos. No site Change.org, que hospeda várias
petições online, por exemplo, a internauta Kalli Fonseca organiza um
abaixo-assinado pedindo para que Walcyr Carrasco “pare de relacionar
virgindade com obesidade de forma ridícula”.
“A cada dia as coisas
pioram para a gorda da novela e isso reflete diretamente na vida real de
milhares de gordinhas. [...] Sabemos que a mídia influencia diretamente
no senso comum. Este papel ajuda a propagar ainda mais a gordofobia que
já é tão forte em nossa sociedade”, protesta Fonseca.
Médicos revoltados: Outros grupos sociais também se manifestaram sobre ‘Amor à Vida’. Um dos
primeiros protestos contra a novela surgiu em junho, organizado pelos
profissionais de enfermagem que também montaram um abaixo-assinado
condenando o texto do folhetim. O Conselho Regional de Enfermagem do Rio
se irritou com a representação de Ordália (Eliane Giardini). Segundo
eles, além de caricata, ela também erra procedimentos médicos.
“Chega de desrespeito e humilhação no
horário nobre. Sabemos que se trata de uma obra de ficção, mas o que as
personagens usam e fazem ali formam opinião, viram moda, criam hábito.
Fomos aos jornais, rádios e tevês explicar sobre os riscos da má
interpretação no limiar entre o real e o fictício e esclarecer qual o
papel da enfermagem na sociedade. Mas isso não foi suficiente para
sensibilizar”, explicou o presidente do conselho, Pedro de Jesus, em
carta aberta.
Já a Associação Brasileira de
Psiquiatria (ABP) não ficou nada satisfeita com as cenas em que a
personagem Paloma (Paolla Oliveira) foi torturada em uma clínica de
reabilitação. A entidade repudiou a produção global e afirmou que ela
estimula a ‘psicofobia’.
“A condução do tratamento psiquiátrico dado à
personagem não corresponde à realidade”, disse a ABP em nota, destacando
ainda a importância do uso do método de eletrochoques, também condenado
no enredo da trama.
Mais polêmica: Até as ex-chacretes entraram na briga, indignadas com a personagem
Márcia (Elizabeth Savalla). As dançarinas dos programas do apresentador
Chacrinha não gostaram de se verem representadas por uma mulher que
afirma ter se prostituído no passado. De acordo com as ex-chacretes,
essa afirmação só faz sujar a imagem das dançarinas de programas de
auditório. E você? O que pensa sobre a novela ‘Amor à Vida’?
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Henrique Brinco estudou
jornalismo no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge-BA), de
Salvador. Escreve sobre mídia e entretenimento há seis anos em grandes
veículos do segmento, tendo seus textos reproduzidos em diversos sites e
fóruns sobre televisão.
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